São Isaías, o solitário
Sobre a guarda do intelecto
“Há entre as paixões uma ira do intelecto, e esta ira está
de acordo com a natureza. Sem a ira o homem não pode obter a pureza: ele tem de
se sentir irado com tudo o que é semeado pelo inimigo. Quando Jó sentiu essa
ira ele injuriou seus inimigos, chamando-os ‘homens desonráveis sem nenhuma
reputação, a quem falta tudo de bom, a quem eu não deixaria viver com os cães
que guardam meu rebanho’ (Jo 30, 1). Aquele que deseja adquirir a ira que está
de acordo com a Natureza deve extirpar toda a sua vontade própria, até que ele
estabeleça em si mesmo a guarda natural do intelecto.
Se você se encontra odiando seu irmão e resiste a este ódio,
e você vê que este ódio se enfraquece e até se retira, cuidado para não se
regozijar, pois pode ser uma armadilha do inimigo. Eles estão se preparando
para um ataque pior do que o primeiro; eles deixam suas tropas escondidas na
cidade ordenando-os a permanecerem lá. Se você sai para atacá-los eles fugirão
antes que você se enfraqueça. Mas se seu coração se exulta porque você crê ter
vencido, os que estavam ocultos vão te atacar enquanto outros permanecerão
diante de ti, e sua alma miserável vai ficar sem meios de defesa sem meios de
se escapar. A cidade é a oração. A resistência é a repulsa ao mal através de
Cristo Jesus. O fundamento é o poder do fervor.
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