Cristo Pantocrator

domingo, 24 de fevereiro de 2013

A Guarda do Intelecto

Continuação do post anterior
Pags. 105 e 106

A guarda do intelecto

Como diz São João de Damascos, sem atenção e vigilância do intelecto não podemos ser salvos e resgatados do poder do demônio, que caminha "como um leão procurando a quem devorar" (1 Pedro 5: 8). Por esta razão o Senhor frequentemente disse aos Seus discípulos, "Vigiai orai; pois não sabeis a qual hora seu Senhor chegará" (Mateus 26:41 ; 24:42). Por elas, Ele está dando uma advertência a nós todos sobre a lembrança da morte, de modo que devemos estar preparados para oferecer  uma defesa, fundamentada em trabalhos e vigilância, que será agradável a Deus. Pois os demônios, como diz Santo Hilário, são imateriais e não dormem, interessados apenas a lutar contra nós e a destruir nossas almas por meio de palavra, ato e pensamento. Falta-nos uma persistência semelhante, nos interessamos apenas com nosso conforto e nossas opiniões efêmeras, com opiniões mundanas e várias outras coisas desta natureza. Ainda não estamos interessados em examinar nossa vida, de modo que nosso intelecto possa desenvolver o hábito de agir e devotar atenção a si incessantemente.

Como Salomão disse, "Nós caminhamos entre muitas armadilhas"; e São João Crisóstomo escreveu sobre eles, explicando o que são com grande precisão e sabedoria. O Próprio Senhor deseja nos purgar de todos os cuidados mundanos, exortando-nos a não nos incomodarmos com o que comemos ou vestimos, mas a ter um simples objetivo, como ser salvo "livra-te como a gazela da armadilha e o passarinho da rede" (Provérbios 6:5), neste sentido ganhe a visão rápida da gazela e o voo altaneiro do passarinho. É verdadeiramente digno de nota que essas coisas foram ditas pelo Rei Salomão; e seu pai, também, disse a mesma coisa. Ambos viveram em virtude e sabedoria com grande vigilância e muito esforço ascético. Ainda, após ser concedido muitos dons da Graça e mesmo as manifestações de Deus, eles eram infelizmente, vencidos pelo pecado: o primeiro cometeu tanto assassinato quanto adultério, enquanto o segundo cometeu atos terríveis (Cf. 2 Samuel caps. 11 -12; 1 Reis cap. 11). Como coloca São João Clímaco e Filimon o Asceta, isso não nos dá razões suficientes de entendimento com medo e terror? Em nossa fraqueza, como não tremer e tentar escapar das distrações desta vida, nós que não somos nada e que somos insensatos e brutos? Perverso como sou, será que sou fiel à minha natureza, como são os animais? Pois um cão é melhor do que eu.