Cristo Pantocrator

sexta-feira, 12 de julho de 2013

A classificação da oração de acordo com os oito estágios da contemplação

continuação do post anterior

A classificação da oração de acordo com os oito estágios da contemplação


Quando os primeiro quatro dos oito estágios da contemplação estão em causa, devemos considerar as orações cotidianas escritas tradicionais; quando se interessa nos quatro últimos, como São Filimon, deve-se continuamente ter nos lábios as palavras "Senhor, tende piedade", mantendo o intelecto completamente livre dos pensamentos. Aqueles que avançaram no caminho espiritual devem dirigir seu intelecto para as realidades, e para a cognição das realidades inteligíveis que são sem forma; para o significado de algumas passagens das Escrituras e para a pura oração. No nível corporal eles devem se engajar por vezes na leitura, na oração, por vezes derramando lágrimas sobre seu próprio estado ou, por inspiração divina no serviço aos outros; ou eles devem realizar alguma tarefa para ajudar alguém enfermo mentalmente ou espiritualmente.

Assim, em todos os tempos se cumprirá o serviço dos anjos, nunca se interessando em si mesmos nas coisas deste mundo. Pois Deus, que os escolheu, que os separou para serem Seus companheiros, e que lhes permitiu este modo de vida e esta liberdade da angústia, cuidará Ele mesmo deles e os nutrirá de corpo e alma: 'Lança teu destino sobre o Senhor, e Ele te sustentará' (Salmo 55:22). Quanto mais se coloca sua esperança no Senhor com relação a tudo quanto se interessa, se de corpo ou alma, mais se saberá que Deus os proverá. Ao final, se reconhecerá a si mesmo como a menor de todas as criaturas por causa dos muitos dons de Deus, visíveis e invisíveis, outorgados no corpo e na alma. Quanto mais cresce a consciência dos débitos, mais se percebe que não se pode sentir-se orgulho de absolutamente nada, e sim vergonha diante da imensa generosidade de Deus. Quanto mais se dá graças a Ele e tenta-se forçosamente exercitar-se pela salvação de Seu amor, mais Deus se aproxima deles através de Seus dons e anseia para enchê-los com a paz, fazendo-os valorizar a quietude e a pobreza mais do que qualquer reino desta terra, sem mesmo levar em conta qualquer recompensa no mundo vindouro.

Os santos mártires sofreram quando atormentados por seus inimigos, mas seu amor pelo reino e por Deus venceu a dor. Eles mesmos reconheceram a força que lhes foi dada para vencer seus inimigos como mais uma grande benção adicionada aos seus débitos. Como resultado, quando nos encontramos dignos de suportar a morte por amor a Cristo, perde-se, em muitos casos, todo sentimento de dor. No mesmo caminho os santos padres primeiro exercitaram eles mesmos em muitas formas de asceticismo, bem como na sua guerra contra os espíritos do mal; mas seu desejo e aspiração pelo estado de desapego foi triunfante.

Após estas lutas a pessoa que atinge o estado de desapego é aliviada de toda preocupação e ansiedade, porque ela venceu as paixões. Uma pessoa ainda sujeita às paixões pode também pensar que está tudo bem, mas ele o faz meramente por conta de sua cegueira. É apenas o competidor espiritual que quer vencer as paixões mas ele percebe que ele não pode fazê-lo sem sofrer tribulação e guerra. Algumas vezes Deus permite uma pessoa nessa situação ser derrotada por seus inimigos para que possa adquirir humildade. Na conta disso deve-se reconhecera própria fraqueza e fugir vigorosamente do que nos prejudica, de modo que se esqueça de hábitos antigos. Pois se alguém primeiro não foge das distrações e adquire completa quietude, nunca será desapegada com reconhecimento a qualquer coisa ou capaz de sempre discernir o certo do errado. Em suma, esta fuga total da distração é de primeira importância para todas as coisas, se não se deseja ser arrastado para trás por hábitos antigos. Mas que ninguém ao ouvir sobre a humildade, o desapego e tais outras coisas, pense em sua ignorância possuí-las. Prescrute em si mesmo os sinais destas coisas e veja se pode encontrá-las.